segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um até já...

Ontem lembraram-me de ti. Não que eu não te tenha sempre no coração, mas às vezes preciso de esquecer, esquecer para não sofrer. Ontem lembraram-me do quão tu eras bonita, do quão tu eras perfeita, do quão carinhosa e amigável a tua memória é lembrada.

Só tenho boas memórias em relação a ti, só me lembro do quão tu eras maravilhosa, querida, simpática e do significado que tinhas para mim. Não estávamos sempre juntas, mas quando estávamos fazias questão de que fosse o melhor momento do mundo. Tu levavas-me a passear, ao cinema, às compras, davas-me a escolher o brinquedo que queria e, quando vias que não iria ter utilidade nenhuma, apresentavas-me outra solução melhor e eu delirava com as tuas escolhas. Eras a melhor. No Natal enchias-me de mimos, eram prendas atrás de prendas, obrigavas alguém a vestir-se de Pai Natal só para nos ver a sorrir e o mais engraçado é que fazias tudo com tanto carinho que era impossível dizer-te que não. Todos gostavam de ti, todos achavam que eras a melhor mãe, educadora, a melhor pessoa de sempre e não ligues a quem te dizia o contrário, eram puros ciumes. Tu radiavas alegria, tu radiavas paz, era tão confortante estar ao pé de ti! Não me lembro de tu me teres ralhado alguma vez, aliás, não me lembro de nada negativo que tu fizesses. E mesmo com tudo isto, mesmo sendo a melhor pessoa do mundo, tu sofreste imenso. Tu foste magoada e não pode fazer nada, apenas orava. Nunca sequer imaginei que fosses ter o fim que tiveste, eu sempre pensei que fosses curada pelo O Pai, eu acreditava que sim, não era possível que acontecesse isso a ti. Logo a ti. Quando te vi pela a ultima vez, já não estavas lá, já não eras a mesma, já tinhas partido. Ninguém me disse o que acontecia, apenas me disseram "Vamos a Lisboa" e eu toda feliz pensei que te ia ver, foi a viagem toda a pensar em ti, até que percebi que tinha perdido a oportunidade de te dizer que gostava de ti, tinha perdido a oportunidade de te abraçar, de te ver sorrir, de te dizer o quão eras importante. Seria tão diferente se tu tivesses aqui. Mudou tanta coisa desde que foste. Quando te foste, eu sentei-me no parapeito da janela, olhei para o pôr-do-sol e comecei a falar contigo, eu precisava de te dizer tanta coisa e nunca mais tive oportunidade. Eras uma segunda mãe para mim e acredita que nunca ninguém te vai tirar esse lugar, quer tu estejas cá ou não. Eras uma excelente mãe para os teus filhos e acho que todos sentem a tua falta.

Obrigada por todos os puzzles, todos os brinquedos, todos os filmes, todas as guloseimas, todas os sorrisos que me obrigas-te a soltar, obrigada por teres sido tão perfeita. Nunca me vou esquecer de ti, acredita que não, tu estás num sitio bem melhor e eu quero agora te dizer algo que nunca antes de disse, porque sempre pensei que tivesse oportunidade quando crescesse: Amo-te muito Madrinha!

Da tua sempre, Afilhada.

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